19 de jan. de 2011

Promotoria denuncia 20 traficantes que agiam entre o Alemão e a região dos Lagos

Bandidos ligavam para PMs e ameaçavam matá-los
Vinte pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e tiveram a prisão preventiva decretada por envolvimento com o tráfico de drogas em São Pedro da Aldeia
, na região dos Lagos, no litoral fluminense. Dos acusados, 17 já estão presos. Todos responderão por associação para o tráfico de drogas.
A quadrilha era liderada por um traficante conhecido como Macaco-Aranha, preso no Complexo do Alemão, na zona norte da capital fluminense, durante a megaoperação policial em novembro.
Segundo as investigações, Macaco-Aranha era o líder da quadrilha e responsável pelo envio de drogas principalmente para o morro dos Milagres, no bairro Estação, e adjacências. Ele infiltrou diversos outros traficantes na região, para revender maconha e cocaína. A investigação aponta que o criminoso, que vivia na capital, foi a São Pedro diversas vezes para fiscalizar as atividades da quadrilha, recolher dinheiro e até matar um rival.
A denúncia ressalta que a quadrilha detinha armas e agia com violência para impor medo aos moradores das comunidades.  Macaco-Aranha e um comparsa conhecido como Marcola, já respondem a uma ação penal por terem assassinado, em outubro de 2010, com 12 tiros pelas costas o miliciano Daniel Charles de Carvalho, que integrava o bando do ex- PM Chico Bala. A vítima resistia à invasão da quadrilha de Macaco-Aranha ao morro dos Milagres.
A remessa dos entorpecentes era feita pelos criminosos conhecidos como FB, e o Billy. Eles usavam um táxi para fazer o transporte. Um primo de Macaco Aranha e um bandido identificado como Do Porto recebiam e armazenavam a droga em suas residências, de onde era repassada para outros revendedores.
De acordo com a denúncia, a audácia do bando teria chegado ao ponto de Macaco-Aranha e Marcola terem ligado para um PM dizendo que acompanhavam a rotina dos policiais e poderiam assassinar quem eles quisessem.
Migração do crime
A ação penal ressalta a migração de criminosos da capital fluminense para o interior do Estado.
"Com a instalação das UPPs, expulsos das comunidades da cidade do Rio de Janeiro buscaram se estabelecer em comunidades do interior, pretendendo criar os mesmos esquemas hediondos. Alijado de seus domínios territoriais, ele [Macaco-Aranha] acabou por se esconder, primeiro, no Complexo do Alemão, e dali buscou expandir

Fonte: R7