28 de mar. de 2011

Governo troca comando da Polícia Rodoviária

Folha de S.Paulo
BRASÍLIA - O Ministério da Justiça decidiu ontem trocar o comando da Polícia Rodoviária Federal e deu prazo de cinco dias úteis para a nova diretora-geral, Maria Alice Souza, apresentar um plano de ação para a corporação.
Atual superintendente do Paraná, Maria Alice assume interinamente no lugar do inspetor Hélio Cardoso Derenne, que alegou "questão de foro íntimo" para se desligar do cargo que ocupava havia quase oito anos. A portaria com a exoneração de Derenne vai ser publicada hoje no "Diário Oficial da União", como antecipou a reportagem.
Desde dezembro do ano passado, sindicatos da categoria em 22 Estados e no Distrito Federal pressionavam por mudanças na cúpula da corporação. Às vésperas do Carnaval, ameaçaram fazer greve se a reivindicação não fosse atendida.
O Ministério da Justiça abriu uma rodada de negociações com a categoria, que expôs problemas como a falta de efetivo, as péssimas condições de trabalho e o mau uso dos recursos públicos.
O nome escolhido pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), contudo, não agradou representantes sindicais da instituição. Eles avaliam que o fato de a nova diretora ser oriunda da mesma superintendência de Derenne significará o continuísmo da atual gestão, classificada de "apática".
Sindicância
Ontem, o Ministério da Justiça divulgou nota anunciando que será aberta uma sindicância "para apurar a ausência de fiscalização e a prática de atos ilícitos nas rodovias federais, a falta de planejamento e o mau uso de recursos pela PRF". As denúncias foram alvo de uma reportagem do "Fantástico", da Rede Globo, no domingo.
Ainda de acordo com o ministério, será aberta uma sindicância para averiguar a atuação do ex-superintendente da PRF no Ceará, Ubiratan Roberto de Paula, denunciado na mesma reportagem pedindo "tolerância" na aplicação de multas a parlamentares e autoridades.
O coordenador-geral de operações da PRF, inspetor Alvarez Simões, foi exonerado do cargo após ser filmado chamando de "firula" a participação da corporação no combate ao crime no Rio.
José Eduardo Cardozo determinou ainda que as denúncias sejam encaminhadas ao Ministério Público e à CGU (Controladoria-Geral da União)