Censo 2010 mostra queda na
utilização da mão de obra infanto-juvenil. Números absolutos, no entanto, ainda
são alarmantes
O Fórum Nacional de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) divulgou durante o evento de
lançamento da campanha deste ano de combate à prática, um estudo sobre a
situação do trabalho precoce no Brasil. A pesquisa foi realizada a partir de dados
do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a apuração do
FNPETI, houve uma queda de 13,44% (530 mil) na quantidade de crianças e
adolescentes de 10 a 17 anos em situação de trabalho infantil. No entanto, os
números absolutos ainda são alarmantes: 3.406.517 sofrem com a prática
diariamente em todo o país.
Outro ponto de atenção ressaltado
no estudo é o aumento da utilização da mão de obra de crianças de 10 a 13 anos.
Em 2010, mais de 710 mil crianças nessa faixa etária trabalhavam, o que
representa um crescimento de 1,56% (ou seja, 10.946 crianças a mais) em relação
ao Censo anterior, de 2000. Para o Fórum, o aumento é preocupante, pois “essa
faixa etária corresponde aos anos anteriores à conclusão do ensino fundamental.
E seu impacto sobre a aprendizagem, conclusão ou abandono escolar, ou não
ingresso no ensino médio, é imediato”.
Segundo o IBGE, a queda nos
índices de trabalho infantil teve maior representatividade na área rural. Em
2000, 1,3 milhão de crianças trabalhavam no campo. Dez anos depois, o número
caiu para 1 milhão. Nos centros urbanos, a queda foi menos expressiva: de 2,5
milhões para 2,3 milhões. Ao se comparar os gêneros, a quantidade de meninos
trabalhando ainda é maior que a de meninas (2 milhões contra 1,3 milhão).
Focos de trabalho infantil
Além dos dados divulgados pelo
FNPETI e pelo IBGE, a Agência Brasil, também por ocasião do dia 12 de junho,
apurou os focos de trabalho infantil no país. A partir de dados do Sistema de
Informações sobre Focos de Trabalho Infantil (Site), do Ministério do Trabalho
e Emprego, a agência identificou que dos mais de 20 mil focos existentes no
país de 2007 a 2012, cerca de 5,4 mil estão no comércio. Isso representa mais
de 27% do total.
O segundo e o terceiro maiores
setores com a utilização de mão de obra infantil são, respectivamente, o setor
de manutenção e o de serviços coletivos e domésticos. Além disso, dos
pesquisados, 10,2 mil focos estão inseridos na Lista das Piores Formas de
Trabalho Infantil. Para o estudo, foram considerados somente os focos com
identificação e discriminação da atividade exercida.
Fonte: Promenino