No dia em que Allan Turnowski caiu e em que a delegada Martha Rocha foi nomeada nova chefe da Polícia Civil do Rio, escrevi que ela não poderia cometer o erro de tentar um composição com a banda podre da Polícia. A Folha Online publicou há pouco uma entrevista com Martha. Seguem alguns trechos. Avaliem. Comento no post seguinte:
Por Elvira Lobato e Italo Nogueira:
Mas tem-se a impressão de que a corrupção é muito maior entre os policiais, que têm um poder direto sobre o cidadão comum.Não tenho esse termômetro, mas não acredito que seja maior a corrupção entre os policiais. Ela só tem mais visibilidade. Mas entre dar visibilidade e não apurar, sou pela divulgação.
A corrupção policial é mais grave no Rio do que em outros Estados?Onde está essa medida?
É o que indica o noticiário.
Você sabia que o “The New York Times” quer falar comigo? Não é porque eu sou a Martha Rocha, mas porque eu sou chefe da Polícia Civil do Estado do Rio, e o Rio está no foco do mundo. A metragem no noticiário não reflete a verdade.
Então a fama de corrupto do policial do Rio é injusta?Eu acho que sim. Com todo respeito a todos os outros chefes de Polícia, gostaria de saber se outro foi procurado pelo “The New York Times”.
Como combater a corrupção policial?
Uma polícia boa é uma polícia preparada, com ferramentas de controle. Há vieses de investigação, como a busca de sinais aparentes de riqueza dos policias.
A sra. defende que policiais entreguem suas declarações de bens periodicamente? Não precisa disso não. Polícia é investigativa. Não vamos superdimensionar isso além do que estou falando. Há como estabelecer mecanismos para pontuar essas ações.
A sra. já defendeu eleição para chefe de Polícia. Continuo defendendo. Porque a polícia precisa de uma lei orgânica. E essa experiência (eleição interna) já acontece no Ministério Público e no Judiciário. Seriam três nomes para a escolha do governador.
Em que isso melhoraria? Estou no papel de transformação. O maior ganho que a Polícia teve deve ao governo Sérgio Cabral, quando, ao indicar o doutor Mariano, garantir a não intervenção política na segurança pública.
Daria mais legitimidade ao chefe de Polícia? Nessa gestão onde a competência, experiência e lisura vai ser o que vai indicar, não vai ter esse problema. A gente não tem intervenção política. Mas numa outra gestão pode ser necessário.
(…)
Qual vai ser o diferencial da gestão feminina? Adoro trabalhar. Durmo pouco. Sou chata. Quero que todos me digam a verdade, mesmo que seja para dizer que estou errada. Será uma gestão marcada pela tranqüilidade, equilíbrio. As mulheres, até pela maternidade, são capazes de tomar decisões firmes nas horas certas. Numa certa maneira não tive filhos por opção, porque eu meio que sempre fui casada com a polícia.
A sra. já foi candidata, e o cargo de chefe de Polícia Civil costuma favorecer novas candidaturas…
Então você anota para cobrar em 2012 e 2014. Não serei candidata.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Veja Online
(…)
A corrupção é o maior problema da Policia do Rio de Janeiro?A corrupção é um deles. Mas eu prefiro falar dos bons policias. Quando saem reportagens como a da operação Guilhotina, acho injusto com aqueles que estão trabalhando e vivendo dos salários. A corrupção é nefasta em qualquer profissão, não apenas na polícia. Nela o problema é mais complicado, porque somos o retrato do Estado. |