Por: Marcos Espínola
Advogado criminalísta
Certos temas, de tão importantes. Acabam sempre em evidência, porém com as mesmas conseqüências. O Brasil está de luto. O massacre contra as crianças em Realengo chocou o mundo, mas as mortes causadas pela dengue também, pois os tiros dos assassinos forem tão letais quanto o vírus que já matou este ano 27 pessoas no Rio e mais de 100no País. Na mira de ambos está o cidadão indefeso e perplexo, dependente da proteção do estado que, constitucionalmente deve lhe garantir o direito à vida.
A chacina foi uma brutalidade domestica. O episódio trouxe à tona a vulnerabilidade dos alunos da rede pública, e também a fragilidade no seguimento da saúde, que está chegando a uma situação extrema.
No atendimento às crianças baleadas ficou notória a dificuldade, tendo que distribuir os pequenos para hospitais de outras regiões, inclusive para a Baixada. No caso da dengue, o Rio é o estado que concentra o maior número de pacientes graves, segundo informações do Ministério da Saúde.O número de doentes graves já ultrapassou a marca de 2 mil no País, demonstrando a falta de uma política de prevenção.
No contexto geral, hospitais e UPAs não estão dando conta de atender à demanda, seja por falta de equipamentos ou de qualificação de alguns profissionais de saúde que não fazem o diagnóstico devido, mandando as pessoas de volta para casa e as colocando em risco.
A situação é grave. A saúde nas três esferas carece de melhorias. È preciso ter mudanças emergenciais e objetivas,como aconteceu na área de segurança, para começarmos a mudar o quadro caótico no qual vidas estão sendo perdidas e ignoradas.